Friday, October 23, 2009

Novo blog

Antes de mais, quero agradecer a todos aqueles que têm visitado regularmente este blog. No entanto, devo dizer que não postarei mais por aqui...

Mas isso não significa que me deixodestas lides. Agora com a promessa que terei uma perstação bem mais regular, convido todos aqueles que assim o desejarem a visitar o meu novo blog: http://verdadesbilaterais.blogspot.com

Assim me despeço deste blog, depois de alguns anos de posts.

Obrigado! Cumprimentos,
Nelson Nunes

Thursday, October 08, 2009

Sim, é verdade... Ainda estou vivo...

Pois, ao fim de muitos meses sem postar nada por estas bandas, mas isso não significa que não tenho escrito nada... Muito pelo contrário...
Os mais atentos (e quem me conhece) sabe que, nos últimos nove meses, fui jornalista na Focus e ainda fiz uma perninha (entre Julho e Setembro) na Rádio Renascença. Profissionalmente, sinto-me hoje muito mais maduro, mas ainda sei que tenho muito a aprender... Actualmente, sou investigador na área de cultura e media na Universidade Católica e estou a tirar Mestrado em Media e Jornalismo.

Espero poder continuar a escrever sobre os temas que mais me fascinam durante os prósimos meses.

Cumprimentos,
Nelson Nunes

Sunday, September 21, 2008

As (des)Conhecidas Expressões Populares Portuguesas

Sabia que o Terramoto de Lisboa de 1755 é um dos grandes responsáveis por muitas das expressões que ainda dizemos hoje em dia? E que “ter ouvidos de tísico” é o mesmo que ter ouvidos de quem tem tuberculose pulmonar?
Muitas das expressões que ouvimos no dia-a-dia nasceram há dezenas (ou até centenas) de anos. Contamos aqui a origem de algumas das expressões mais usadas pelos portugueses.

“O primeiro milho é dos pardais”

Significado: Os mais fracos aproveitam as primeiras vantagens.

Origem: No tempo dos Romanos, era costume os agricultores oferecerem os primeiros frutos das suas colheitas às aves. Pensava-se na altura que eram as aves que levavam as oferendas aos deuses. O conhecimento desse hábito foi-se transmitindo de geração em geração, até que, no séc. XVI – século em que o milho chegou à Europa – a expressão evoluiu. O pardal era o símbolo de todas as aves e o milho abundava nas culturas portuguesas.


“Caiu o Carmo e a Trindade”

Significado: Desgraça; aparato; barulheira; surpresa; confusão.

Origem: O Terramoto de 1755 deixou muitas marcas físicas. Mas há marcas culturais que também persistem. Uma delas é esta expressão. Durante o terramoto, ouviu-se um enorme estrondo por toda a cidade de Lisboa. Quando os habitantes descobriram qual tinha sido a verdadeira causa de tal barulheira, logo disseram: “Caiu o Carmo e a Trindade”, isto é, desabaram os Conventos do Carmo e da Trindade.


“Levar água no bico”

Significado: Ter intenções ou propósitos ocultos.

Origem: Na linguagem dos marinheiros, “navegar com água no bico” significava remar contra a corrente, levando água do mar na proa, o que tornava o mar traiçoeiro. A expressão foi adaptada e tornou-se naquela que conhecemos hoje.

“Ir para o maneta”

Significado: Estragar-se; desaparecer; morrer.

Origem: Conta-se que, por alturas da invasão de Portugal, por parte dos franceses, um General, chamado Loison, tinha perdido um braço numa anterior batalha. Esse General era responsável pelas torturas aos presos e tinha, inclusivamente, causado várias mortes. Por ser tão terrível nas torturas que executava, surgiu um medo popular do General Loison, mas ninguém o tratava por esse nome. Para o povo, Loison era “o maneta”. E quando havia perigo de se ser capturado, ouvia-se logo o conselho: “Tem cuidado, que ainda vais para o maneta.” Duzentos anos depois, o General Loison ainda vive nesta expressão habitualmente utilizada.

“Resvés Campo de Ourique

Significado: Por um triz; à justa.

Origem: No dia 1 de Novembro de 1755 – ironicamente, dia de Todos os Santos – uma das maiores tragédias de todos os tempos abateu-se sobre Portugal. Um terramoto de elevada magnitude, seguido de um tsunami, atingiu a cidade de Lisboa, matando milhares de pessoas. A força do tsunami foi de tal ordem que as águas entraram por Lisboa adentro e chegaram bem perto do Campo de Ourique. Foi resvés.

“Erro Crasso”

Significado: Erro grosseiro.

Origem: Na Roma Antiga, o poder dos Generais era tripartido. Chamava-se a isso um Triumvirato.
O primeiro Triumvirato de sempre era composto por Caio Júlio, Rompeu e Crasso. Foi dada uma simples missão a este último: atacar os Partos, um pequeno e, aparentemente, inofensivo povo. Crasso não se preocupou em treinar formações romanas e descurou qualquer tipo de estratégia. O resultado foi desastroso. O pequeno exército venceu facilmente e Crasso lamentou o seu erro. Mas o seu nome ainda vive.

“À grande e à francesa”

Significado: De forma luxuosa.

Origem: Jean Andoche Junot auxiliou Napoleão durante a primeira invasão de Portugal por parte dos franceses. Cá viveu durante alguns anos de forma extremamente luxuosa. A imaginação, a observação e a sabedoria populares encarregaram-se de criar esta expressão.

“Lágrimas de crocodilo”

Significado: Choro fingido; falsa tristeza.

Origem: O crocodilo, quando ingere um alimento, exerce uma forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as suas glândulas lacrimais. Isto faz com que o animal chore enquanto come as suas vítimas.

“Mal e porcamente”

Significado: De modo imperfeito; muito mal.

Origem: A expressão inicial nem era esta. Mas nem toda a gente compreendia o que queria dizer “mal e parcamente”, ou seja, com poucos recursos. Portanto, este advérbio foi facilmente alterado para algo mais acessível.

“Fazer tijolo”

Significado: Morrer.

Origem: A destruição causada pelo Terramoto de 1755 foi tremenda. Hoje em dia, é praticamente inimaginável. E a falta de recursos para a reconstrução também.
Com o objectivo de utilizar a argila para fazer tijolos, de modo a reerguer as casas que caíram, os restos de antigos cemitérios árabes foram reutilizados. Mas, entre a argila, eram frequentemente encontradas ossadas. Daí que tivessem surgido frases como “daqui a uns tempos estou a fazer tijolo” entre os populares.

“Andar em fila indiana”

Significado: Andar em fila; uns atrás dos outros.

Origem: Os índios americanos andavam sempre em fila para, à medida que fossem avançando, irem apagando as pegadas dos que iam à frente. Quando os “caras pálidas” viram este comportamento, não hesitaram em começar a utilizar o termo “fila indiana”.

“Fazer tábua rasa”

Significado: Esquecer completamente um assunto.

Origem: Os empiristas romanos, seguidores do filósofo grego Aristóteles, diziam que a alma sem experiência era como uma tabula rasa. A tabula rasa era uma pequena tábua de cera que não tinha nada escrito ou desenhado. Mais tarde, o termo foi adaptado à vida urbana e transformado para o significado que hoje conhecemos.

“Ter ouvidos de tísico”

Significado: Ter uma óptima audição.

Origem: Muitos soldados que combateram na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) sofreram uma doença chamada Tísica. Esta doença assemelhava-se muito ao que hoje conhecemos por tuberculose pulmonar. Quem sofre desta doença caracteriza-se por ter uma sensibilidade auditiva fora do normal.
Da próxima vez que disser que alguém tem ouvidos de tísico, tenha cuidado: podem ofender-se.

“Que maçada!”

Significado: Contratempo; chatice.

Origem: Nos tempos áureos das conquistas imperiais romanas, as tropas de Roma tinham uma zona para conquistar, perto do Mar Morto, chamada Massada. Os Zelotos, povo aí residente, trancou-se num templo, com esperança que os Romanos não os descobrissem. No entanto, o exército começou imediatamente a destruir o templo, enquanto o povo Zeloto desesperava por alguma solução. Para evitarem a humilhação da rendição, os Zelotos decidiram-se por um suicídio colectivo. Esta expressão tornou-se sinónimo da grande “chatice” pela qual teve de passar este pequeno povo.

“Queimar as pestanas”

Significado: Estudar muito

Origem: Aqueles que estudavam antes da existência da electricidade não tinham vida fácil. Estudavam à luz de velas ou lamparinas e, para que pudessem ler convenientemente, tinham de as colocar muito perto do texto, correndo sérios riscos de ficar com as pestanas queimadas.

“Calcanhar de Aquiles”

Significado: Ponto fraco.

Origem: Segundo a Mitologia Grega, Tétis, mãe de Aquiles, queria tornar o seu filho indestrutível. Para isso, mergulhou-o num lago mágico, segurando-o pelo calcanhar.
Anos mais tarde, durante a Guerra de Tróia, Aquiles foi atingido no único sítio que não tinha sido mergulhado nas águas mágicas. Descobriu-se assim o único ponto capaz de enfraquecer o temido guerreiro.

“Ficar a ver navios”

Significado: Decepção; não ter o que se deseja.

Origem: Em 1578, D. Sebastião perdeu a vida na batalha de Alcácer-Quibir, em Marrocos, mas muitos não quiseram acreditar em tal infortúnio. Por isso, era comum encontrarem-se “mirones” no Alto de Santa Catarina a olhar para os navios, à espera que o malogrado Rei regressasse. O povo logo começou a dizer mal daqueles que iam “ver navios” e a expressão implantou-se na sociedade.

"Não perceber patavina”

Significado: Não perceber nada; não compreender.

Origem: Frades provenientes de Pádua – patavinos - visitavam Portugal habitualmente, para se reunirem com os seus congéneres portugueses. No entanto, quando falavam com as pessoas que viam na rua, ninguém compreendia uma única palavra do que eles diziam.

“Assentar a carapuça”

Significado: Sentir-se ofendido ou identificado com alguma situação.

Origem: Por altura da Inquisição, durante a Idade Média, os judeus eram obrigados a usar um chapéu bicudo, para que pudessem ser distinguidos dos cristãos.

"OK”

Significado: Está tudo bem; não há problema.

Origem: Nos dias em que não havia baixas, durante a Guerra Civil Americana, os militares americanos chegavam alegremente às suas casernas e penduravam tabuletas à porta com as iniciais “O K”, que significava “0 killed” (zero mortos). A moda pegou e, hoje em dia, “OK” é das palavras mais ditas em todo o mundo.

“Obras de Santa Engrácia”

Significado: Interminável; sem fim.

Origem: Fundada em 1568, a Igreja de Santa Engrácia, na freguesia de São Vicente de Fora, em Lisboa, é a responsável por outra das mais famosas expressões populares portuguesas. Mais conhecida, desde 1916, como Panteão Nacional, a Igreja de Santa Engrácia ruiu em 1681 e começou a ser reconstruída, mas as obras duraram até meados do século xx. Portanto as “obras de Santa Engrácia” foram mesmo longas: duraram 350 anos.

Nelson Nunes

HIV faz menos vítimas

De 2006 para 2007, morreram menos 100 mil pessoas infectadas pelo vírus da SIDA. Mesmo assim, a ONU adverte para o elevado número de infectados e propõe meta para 2015.

Há 33 milhões de pessoas infectadas com o Síndrome da Imuno-Deficiência Adquirida (SIDA). Destes, 15 milhões são mulheres e 2 milhões são crianças. As estatísticas estão a melhorar, mas ainda há um longo caminho para percorrer.
Num relatório divulgado pela ONUSida, uma parceria entre as Nações Unidas e outras organizações para combater o flagelo da SIDA, os números são animadores, já que dão conta de menos 100 mil mortes em 2007, relativamente a 2006, causadas pelo HIV, e de menos infecções. As boas notícias não ficam por aqui. As mortes e as novas infecções em crianças também diminuíram por todo o mundo. No entanto, a situação não está para festejos.
No ano passado, faleceram cerca de 2,1 milhões de pessoas, por causa do vírus da SIDA. A Europa de Leste e a Ásia Central duplicaram os seus valores e, na Suazilândia, 27% da população esta contaminada com o vírus mortal. Por outro lado, a Oceânia foi a região o Planeta a registar menos mortes: quase 1 400.
Os casos verificados de presença da doença encontram-se distribuídos de forma equalitária por todo o Mundo, sem contar com a região da África Subsariana, que possui a larga maioria de portadores do HIV. De facto, mais de dois terços dos doentes encontram-se nessa zona do Globo. E os novos portadores da doença epidémica continuam a surgir, um pouco por todo o Mundo. As novas contaminações surgem, na sua maioria, devido ao uso de drogas injectáveis, prostituição e seus frequentadores e relações entre homens que não usam protecção.
Só no ano de 2007, foram diagnosticados 2,7 milhões de novas infecções, sendo que os países onde se registaram as maiores taxas de novos casos foram a China, a Indonésia, o Quénia, a Rússia, a Ucrânia, Moçambique e o Vietname. 370 mil desses novos infectados são crianças.
Segundo a ONU, os mais novos são dos que mais sofrem com a doença, uma vez que possuem poucos conhecimentos sobre ela e não têm maneira de se prevenir, já para não falar daqueles cujos pais padeçem da maleita. Em 2007, mais de 12 milhões de crianças por todo o Globo ficaram órfãs, por causa do vírus da SIDA.
Este relatório traz-nos outro dado alarmante; foi realizado um questionário a jovens entre os 15 e os 24 anos, provenientes de todo o Mundo, com cinco perguntas directamente relacionadas com a prevenção e protecção contra o vírus da SIDA. Uns preocupantes 60 por cento não conseguiram acertar em todas as questões.
De qualquer das formas, as Nações Unidas estão determinadas em reduzir estes números dramáticos, através de campanhas de distribuição de preservativos, promoção da circuncisão, debate sobre hábitos sexuais e trocas de seringas. A organização propõe-se a reduzir dois terços dos novos casos por ano, podendo até chegar aos 12 milhões de casos evitados até 2015.

Nelson Nunes

Segurança em primeiro lugar

O automóvel é o meio de transporte mais utilizado pelos portugueses, nesta época. Para melhorar a viagem – e as férias – apresentamos aqui bons conselhos para uma condução segura e sem contratempos.

Todos sabemos que as estradas são férteis em acidentes e muitos dos acidentados perdem a vida ou ficam condenados a manter graves marcas – físicas ou psicológicas – destes tristes acontecimentos. Também sabemos que, para uma condução segura, o álcool não é bem-vindo, a velocidade tem de ser moderada e é necessária cautela no que concerne às ultrapassagens ou outro tipo de manobras perigosas.
Mas estes não são os únicos factores que causam acidentes nas estradas. Damos aqui os conselhos mais úteis para aumentar o bem-estar e a segurança dos condutores e passageiros, numa altura em que muitos regressam de férias.
Em primeiro lugar, há que verificar todos os aspectos técnicos e mecânicos do veículo. O primeiro passo é relembrar se a Inspecção Periódica Obrigatória foi feita convenientemente. Depois, faça você mesmo uma pequena inspecção ao veículo. Começando pelos pneus, verifique se não estão “carecas” (precisam de ter relevos de 1,5 milímetros) e se não têm fissuras que ponham em causa a sua boa prestação. De seguida, vá a uma estação de serviço e garanta a pressão de ar correcta nos pneus. Outro aspecto fundamental é o sistema de travagem. Teste os seus travões e não se esqueça de travar sempre com o motor nas descidas. Assegure-se também de que os limpa pára-brisas têm as esponjas em perfeitas condições de funcionamento, não vá o tempo pregar-lhe uma partida. De seguida, teste todos os dispositivos luminosos, desde luzes de paragem até à focagem dos faróis.
Verifique os níveis de água destilada na bateria e no radiador. O óleo também carece de verificação antes de seguir viagem. Um motor que não pegue à primeira é meio caminho andado para a possível existência de problemas durante uma viagem longa.
A bagagem é outro aspecto a ter em consideração num percurso de muitas horas. Se não for distribuída de forma equilibrada e bem acondicionada, a bagagem pode comprometer a estabilidade do carro, o que pode conduzir a, por exemplo, derrapagens e despistes. Se possível, não leve bagagem fora do veículo e evite ao máximo levá-lo muito carregado.
Os mais novos, como é óbvio, também devem ser alvo de especiais atenções. Para além dos sistemas de retenção obrigatórios e homologados, não deixe que as crianças se sintam impacientes com a duração da viagem. Leve jogos ou livros para elas se entreterem, de modo a evitar que elas se tornem numa distracção para o condutor.
Assim que decidir viajar, não planeie fazer o percurso depois de um dia de trabalho. A fadiga pode tornar-se implacável. Há simples cuidados de saúde que poderão fazer toda a diferença, no que toca ao bem-estar do condutor. Procure viajar em horas de menos calor e não coma em excesso, para evitar sonolência. Tente descansar de duas em duas horas, durante a viagem, e, se possível, dê pequenos passeios a pé, para relaxar os músculos. Use calçado confortável, para um melhor desempenho com os pedais, e coma ligeiramente durante o percurso. Não se esqueça de repor líquidos porque é provável que vá transpirar bastante, mas nada de álcool. A fadiga é um dos maiores inimigos da condução; irritabilidade, bocejos, picadas nos olhos, cabeça pesada ou impressão que os outros automobilistas conduzem todos mal são simples indicadores de cansaço.
Procure saber exactamente o caminho, para evitar gastos extraordinários em combustível. Programe convenientemente o seu GPS ou faça o croquis em www.viamichelin.com. Também para poupar combustível, não viaje de janelas abertas, pois isso torna o carro mais pesado e fá-lo gastar mais energia.
Para que não existam outros problemas de maior, não se esqueça dos documentos. Mantenha-os juntos e organizados, porque nunca se sabe quando chegará a próxima “operação Stop”.
Os acidentes rodoviários são das grandes causas de morte em Portugal e esse “flagelo”, segundo muitos, pode ser reduzido se muitos destes conselhos forem levados a sério. O Governo tem dado grande ênfase à sinistralidade nas estradas e já conseguiu reduzir o número de vítimas e de acidentes. No entanto, é importante referir que, desde o início da operação “Estrada Segura”, da Brigada de Trânsito da GNR, que começou a 15 de Julho, já se registaram 69 mortos, 200 feridos graves e 2.731 feridos ligeiros, em mais de 8.300 acidentes. Mesmo assim, segundo dados da própria GNR, morreram menos oito pessoas e ocorreram menos 2 mil acidentes do que no mesmo período do ano passado.
Uma condução segura é o passaporte para uma viagem mais tranquila e sem preocupações. Sem excessos de velocidade e com respeito e civismo perante os outros condutores, os riscos de acidente reduzem-se drasticamente. Com os conselhos que aqui apresentamos, será mais simples guiar-se para saber por onde começar. Boa viagem.

Nelson Nunes

Cem anos de investigação - FBI

O Federal Bureau of Investigation (FBI) foi fundado há um século. Décadas de espionagem e casos mediáticos marcam a história da agência.

O último grande escândalo a envolver a agência foi, possivelmente, o que ocorreu em Setembro de 2001. Relatórios do FBI referiam a presença de dois terroristas em solo americano, mas não deram prioridade ao assunto. No dia 11 desse mês, os dois terroristas participaram no ataque às Torres Gémeas. Desde então, a principal preocupação do FBI tem sido o terrorismo.
A agência de segurança foi fundada em 1908, sob a chancela de Charles Bonaparte, mas, com apenas 34 funcionários, não tinha grande potencial. A sua função principal era controlar a transacção ilegal de terras. Só 16 anos mais tarde, em 1924, quando Edgar Hoover assumiu a liderança da organização, é que as coisas ficaram mais sérias. Hoover era um homem (demasiado) preocupado – paranóico, até – com a segurança do seu país. Para onde quer que olhasse, via inimigos da América. Portanto, tudo fez para garantir a competência dos seus colaboradores e promoveu a profissionalização do FBI. Treinou os seus agentes e apostou na investigação como grande meio para capturar os inimigos. Estava dado o tiro de partida para a mitificação da agência.
O FBI teve muitos sucessos, é certo, mas muitos dos seus falhanços foram abafados perante a opinião pública. Esse facto fez também com que se multiplicassem as teorias conspirativas acerca da verdadeira índole da organização. Por outro lado, muitas investigações foram descobertas e nunca foram explicadas, o que deu então azo a que muitos divagassem sobre as motivações de tais dossiers. Bons exemplos disso são as investigações e operações de espionagem levadas a cabo contra os (aparentemente) inofensivos Albert Einstein, Walt Disney, Charlie Chaplin, John Lennon, Frank Sinatra, Andy Warhol, Marilyn monroe, Martin Luther King, John F. Kennedy, Pablo Picasso, entre muitos outros.
Com operações e enredos dignos de um filme de Hollywood, o FBI criou, ao longo dos tempos, várias subdivisões, tais como contraterrorismo, contra-espionagem, crime cibernético, corrupção pública, crimes de colarinho branco, direitos civis, crime violento e crime organizado. Com tanta investigação com inúmeros perigos, é de louvar que tenham morrido em serviço “apenas” 55 agentes em cem anos.
Hoje em dia, a sede do FBI situa-se em Washingoton e a agência não se pode queixar de falta de recursos: um astronómico orçamento anual de cerca de 4 mil milhões de euros, com mais de 30 mil funcionários. Destes, 13 mil são agentes especiais. Além disso, o edifício de Washington possui uma das preciosidades da nação americana: uma base de dados gigantesca com cerca de 55 milhões de fichas criminais e suas impressões digitais respectivas.
Depois do fiasco do 11 de Setembro, muitas são as fontes que divulgam supostos dados incriminatórios, tais como crimes de guerra de George W. Bush ou práticas de tortura em Guantanamo. Esperemos que não tenhamos de esperar outros cem anos para saber todas as verdades escondidas pelo FBI.

Nelson Nunes

Papás antes do tempo

Eram adolescentes comuns, mas a vida pregou-lhes uma partida. A cegonha chegou mais cedo e, com ela, vieram as responsabilidades.

Hoje em dia, são muitos os adolescentes que são pais sem o terem planeado. Muitas vezes, o desleixo é a principal causa, uma vez que, grande parte dos jovens não usa métodos contraceptivos.
No entanto, outra das grandes causas é a falta de informação. Foi o que aconteceu a Rúben Caetano, de 20 anos. “A Nádia, que era minha namorada na altura, costumava tomar a pílula, mas não sabia que o antibiótico cortava o efeito”, conta Rúben. Ao fim de seis meses de namoro, e apenas com 17 anos, o jovem soube que ia ser pai. “Senti felicidade, porque ia ter um filho meu, mas também tive muito medo, por sermos ainda uns miúdos”, revela. Chegaram a pensar em aborto, mas na altura ainda era preciso ir a Espanha e “era muito caro, não dava”. Hoje, Rúben olha com grande ternura para o seu filho Diogo, de 2 anos, dizendo “ainda bem que não desistimos do menino”, e relembra todo aquele período conturbado depois da notícia da gravidez. “Foi um grande choque para todos; para mim, para ela, para os meus pais… Mas todos tivemos de aceitar o que aí vinha”, recorda. Mesmo assim, Rúben tem prazer em lembrar o apoio dos seus pais, “muito apoio psicológico e, por vezes, apoio monetário”.
À medida que o período de gestação evoluía, Rúben tudo fazia para estar o mais presente possível. “Fui a todas as consultas e ecografias e dei sempre o máximo para acompanhar todo o processo”, garante. Assim que o Diogo nasceu, as coisas tornaram-se mais complicadas entre o casal e a separação foi inevitável. “As discussões aumentaram cada vez mais, por causa do stress e ter um filho e por não termos esperado esta situação”, revela.
Actualmente, Rúben é estafeta da empresa de publicações Impala e diz ganhar para os gastos, apesar de ter alguns meses “complicados”. O jovem deixou de estudar a meio do 10º ano, assim que soube que ia ser pai, e começou a trabalhar. Os horários por turnos tiraram-lhe a hipótese de voltar a estudar, mas Rúben pensa, de vez em quando, em emigrar. Porém, “podia ficar sem o Diogo, e não ia aguentar isso”, assegura. Além disso, já está junto com outra pessoa, “que também já tem uma filha”, e essa estabilidade não seria garantida com uma vida no estrangeiro. Costuma estar com o seu filho duas vezes por semana e deixa uma declaração que dá que pensar: “Quando temos um filho, ganha-se outra maneira de pensar e de agir. Somos obrigados a crescer mais depressa, por causa das novas responsabilidades.”
Estas responsabilidades ganham-se, mas só depois de grandes mudanças. É que, para o comum dos adolescentes, não existe grande preocupação com os problemas que podem surgir através de uma gravidez precoce. Estima-se que, em Portugal, cerca de 40 por cento dos jovens entre os 20 e os 24 anos não use qualquer tipo de método contraceptivo. Em relação aos jovens entre os 15 e os 19, os valores descem para uns preocupantes 80 por cento.
Um destes adolescentes era Davide Valente. Actualmente com 19 anos, segura agora a pequena Miriam, de 2 anos, com orgulho. Nesta altura, admite sem medos nem vergonhas que “pensava que essas coisas só aconteciam aos outros”. Por isso, não se preocupava com métodos contraceptivos. “Ela tomava a pílula, mas de vez em quando esquecia-se”, conta Davide sobre Ana, a mãe de Miriam. Quando descobriu que ia ser pai, pensou logo em pedir à mãe da criança para abortar. “Eu ia perder tudo: estava no 8º ano, só queria brincadeira, tinha 16 anos, e por tudo isso é que não queria ser pai. Mas, no fundo, estava muito feliz porque era sangue do meu sangue”. Com um sorriso aberto e um brilho nos olhos, revela que “valeu muito a pena ter seguido em frente com a gravidez”.
Mas Davide teve um apoio incondicional da sua mãe, que veio a revelar-se fundamental para garantir o bem estar da menina. Além disso, acompanhou e apoiou sempre Ana durante a gravidez, mas as discussões subiam de tom. “Ela achava sempre que eu fazia pouco, mas era uma grávida muito chata, estava sempre a fazer exigências”, revela. Ao fim de pouco tempo, o namoro de ano e meio não aguentou mais, mas a amizade persistiu e ainda hoje são bons amigos.
Nos dias que correm, Davide encontrou a sua vocação no exército, onde está durante toda a semana. Aos fins-de-semana, guarda todo o tempo que tem para estar com Miriam, mas sabe-lhe a pouco. “Sinto-me um bom pai, mas queria fazer mais e estar mais tempo com ela, mas não posso estar mais presente, por causa do meu trabalho.” Outro problema é o dinheiro. Davide sente que ganha o suficiente para sustentar Miriam, mas se um dia quiser juntar-se com outra pessoa, sabe bem que a vida vai tornar-se mais difícil.
Ao olhar para trás, Davide orgulha-se daquilo por que passou. “Apesar de ter sido difícil, voltava a fazer tudo exactamente da mesma forma”, assegura.
Em Portugal, este tipo de casos é comum. Cálculos recentes demonstram que 5 por cento dos nascimentos resultam de relacionamentos entre adolescentes. A prevenção passa pelo uso de métodos contraceptivos, mas também pelo acompanhamento médico desde cedo. Se os próprios pais dos adolescentes puserem de parte os tabus e derem a informação necessária aos seus filhos, talvez muitas situações problemáticas sejam evitadas. Nos casos em que os jovens não se sinta à vontade para falar deste assunto com os pais ou mesmo com familiares ou amigos mais velhos, os adolescentes com problemas ou dúvidas em relação a tudo o que tenha a ver com relações sexuais podem contactar a Sexualidade em Linha (808 222 003) para ver respondidas todas as suas questões.
Aos 22 anos e um pouco mais elucidado sobre a vida, José Carlos Belo vê em Iara, de 5 anos, a alegria dos seus olhos. Com uma enorme boa disposição e sempre pronto para brincar com a sua filha, este jovem pai começou este novo capítulo da sua vida com apenas 17 anos. Ao conhecer a mãe de Iara, teve de imediato um curto relacionamento com ela. José Carlos garante ter sido só uma “curte” e não teve receio de ter relações sexuais sem preservativo. “Ela disse-me que tomava a pílula, mas fui enganado”, admite. Assim que a mãe de Iara revelou que estava grávida, José Carlos não acreditou que o filho fosse dele. Mesmo assim, ainda a acompanhou nalgumas visitas ao médico e em duas ecografias, e algo lhe dizia que o bebé que aí vinha era dele. “Assim que vi os dedinhos a mexer, na ecografia, vi logo que era minha filha”, diz em tom de brincadeira.
Quando contou aos pais, a reacção destes foi bastante positiva. “Somos quatro irmãos e só faltava eu para todos termos filhos.”, justifica. Mais tarde, veio a descobrir que a mãe de Iara quis engravidar para o “prender”, mas ele nem quis pensar em ficar com ela.
Quando Iara nasceu, os testes de ADN comprovaram a paternidade e José Carlos lutou pela custódia da menina. A mãe desistiu da “guerra” e fugiu para África. Com apenas 17 anos, o adolescente ficou com uma filha nos braços, mas não desanimou; tão jovem e era já um pai dedicado ao bem estar da sua menina.
Actualmente, José Carlos tem dois empregos para poder sustentar a família: é empregado de balcão e trabalha numa loja desportiva em part-time, tudo no Centro Comercial Colombo. Já vive junto com Andreia, de 18 anos, que assume o papel de mãe de Iara, apesar de ambos explicarem a situação à criança, sempre que podem. Com o 8º ano, o jovem ainda pensa em voltar a estudar, mas lamenta-se com o tempo – ou a falta dele. Mesmo assim, não se queixa e passa o tempo a sorrir, dizendo que está “muito feliz” com a vida que leva e até já pensa em ter outro filho. “Já está nos planos”, revela, “mas o que eu queria agora era um rapaz.” E dinheiro? Não faz falta? “Claro, mas eu penso que, onde come uma boca, comem sempre duas ou três”.

Nelson Nunes

O aguardado regresso (ou não...)

E passados tantos meses, cá estou eu de volta. Sim é verdade, estou vivo!! E que vida tenho tido... Não podia estar mais agradecido.
Neste momento sou finalista do curso de Jornalismo da Universidade Católica Portuguesa e... surprise, surprise: sou jornalista da Focus! Ah pois é!
Um mês e meio de estágio nesta bela revista, cheia de assuntos sérios e de artigos dignos de uma Nova Gente, deram-me a possibilidade de continuar a escrever para lá. Melhor ainda: a receber! É certo que não é muito, mas sempre é uma ajuda.
A partir de agora, vou postar alguns dos meus artigos, que foram publicados nas últimas semanas.

Cumprimentos,
Nelson Nunes

Saturday, January 19, 2008

De volta...

Mais uma vez, após pausa bastante prolongada, fosse por férias ou por trabalho a mais na faculdade, não tive grandes oportunidades de postar algo no blog. Além disso, devo confessar que tenho andado sem inspiração para abordar qualquer que seja o tema aqui... Mas afinal, isto não acabou! Cinco meses depois, cá estou eu de novo, pronto para escrever o que realmente me der na gana.

Cumprimentos

Friday, August 31, 2007

Que seria da Terra caso a Humanidade desaparecesse?


Foi ao ler a entrevista dada por Alan Weisman na revista SÁBADO que fiquei intrigado com esta questão. Este jornalista lançou um livro, que sairá em Novembro em Portugal, chamado O Mundo Sem Nós e que aborda este interessante assunto.
Em primeiro lugar, é importante destacar sob que condições poderia a nossa grande e poderosa - ou não - Humanidade desvanecer-se do seu próprio lar. Conjecturando apenas algumas hipóteses, julgo que uma mutação genética duma doença que se propague pelo ar seria motivo mais que suficiente para esse desaparecimento. Por outro lado, há o aquecimento global; claro que muitos de nós não morrerão à fome nem afogados, mas a questão é que o mundo não vai parar de aquecer e é bem possível que todos acabemos cozidos. É certo que esta ideia desperta sorrisos nalguns, mas os nossos netos ou bisnetos não vão rir muito... Pois não? Ainda existe outra hipótese - esta bem mais agradável para nós - que seria a nossa migração para outros planetas ou mesmo galáxias... Quem sabe?
Outra questão interessante é: quem vai ser a espécie dominante? Os macacos são uma hipótese provável dada por Alan Weisman, mas talvez despertasse uma nova espécie dominante. O que quero dizer é que, se os dinossauros desapareceram e aparecemos nós, então a evolução poderia tratar desse aspecto e dar à Terra uma nova espécie dominante, que nunca tivesse sido conhecida pelos pobres e extintos terráqueos.
O que ficaria para a posteridade? Bem, as estradas existiriam por mais 20 ou 30 anos, as casas durariam de 50 a 100 anos. O plástico... centenas de milhares... É o que dá ainda não existir nenhuma espécie de micróbio que seja capaz de comer plástico. A maior parte das cidades seria engolida pelos seus rios ou mares e os poços de petróleo pura e simplesmente explodiriam ao fim duns meses, só por não haver manutenção. Mas certamente que haverá muita coisa a durar imenso tempo... O bronze é algo que dura para quase sempre e essa eternidade é certa, caso o material não esteja exposto ao oxigénio. Logo, a Estátua da Liberdade, sendo constituída fundamentalmente de bronze, seria o símbolo da Humanidade para qualquer ser que a descobrisse num futuro longínquo. O mais curioso é que uma das coisas etéreas é também uma das que durará mais tempo: a música! as ondas de rádio continuam a espalhar-se pelo universo, mesmo depois de deixarem de ser emitidas. É o mesmo que acontece com a luz duma estrela. Por exemplo, a estrela mais próxima da Terra é a Proxima Centauri, que fica a 4 anos luz do nosso planeta. Aquilo que vemos quando olhamos para ela é como ela era há quatro anos atrás. Nunca poderemos apreciar como ela é agora, porque é a luz que demora 4 anos a chegar cá que nós vemos neste momento. É isto que acontece com as ondas de rádio. Estas propagam-se pelo Universo e é possível aceder a elas caso haja inteligência e dispositivos adequados para a entender num outro planeta.

Considero este tema bastante interessante e ainda mais curiosas as conjecturas que se podem criar a partir deste tema. Conhecendo a Humanidade desde que ela existe e algumas coisas do Lar que a acolheu durante 130 mil anos, é possível imaginar o que poderá surgir ãpós o seu desaparecimento.

Monday, July 30, 2007

Finalmente escrevo de novo!

Bem sei que tenho sido um blogger desnaturado, mas ultimamente tenho andado sem tempo e sem inspiração para escrever o que quer que seja. A única coisa que posso prometer é que estarei de volta com alguns textos que muitos elogiaram. Sim, porque não me posso encostar à sombra da bananeira com esta mania de escrever... Se estou a tentar ser jornalista, a escrita é algo que não posso deixar ficar para trás.
É com esta promessa que anuncio que daqui a duas semanas trarei do meu refúgio de férias algumas coisas que vão gostar de ler, espero eu.
Beijos a quem é de beijos e abraços a quem é de abraços!

Thursday, May 31, 2007

Falling Away With You - Muse

Bem, tenho de confessar que tenho andado com muito pouco tempo para escrever por aqui.
Só posso prometer que a partir da terceira semana de Junho, já podem contar comigo de novo.
Peço desculpa aos que já me pediram mais textos e aos leitores em geral.
Estretanto, deixo-vos com outra grande letra dos Muse.
Cumprimentos


I can't remember when it was good
Moments of happiness elude
Maybe I just misunderstood
All of the love we left behind
Watching our flash backs intertwine
Memories I will never find
So i'll love whatever you become
Forget the reckless things we've done
I think our lives have just begun
I think our lives have just begun

And I'll feel my world crumbling
I'll feel my life crumbling
I'll feel my soul crumbling away
Falling away
Falling away with you

Staying awake to chase a dream
Tasting the air you're breathing in
I hope I won't forget a thing

I wish to hold you close and pray
Watching our fantasies decay
Nothing will ever stay the same

And all of the love we threw away
And all of the hopes we've cherished fade
Making the same mistakes again
Making the same mistakes again

And I'll feel my world crumbling
I'll feel my life crumbling
I'll feel my soul crumbling away
And falling away
Falling away with you

All of the love we left behind
Watching our flash backs intertwine
Memories I will never find
Memories I will never find
Free Hit Counters
Free Hit Counters