Sunday, September 21, 2008

Cem anos de investigação - FBI

O Federal Bureau of Investigation (FBI) foi fundado há um século. Décadas de espionagem e casos mediáticos marcam a história da agência.

O último grande escândalo a envolver a agência foi, possivelmente, o que ocorreu em Setembro de 2001. Relatórios do FBI referiam a presença de dois terroristas em solo americano, mas não deram prioridade ao assunto. No dia 11 desse mês, os dois terroristas participaram no ataque às Torres Gémeas. Desde então, a principal preocupação do FBI tem sido o terrorismo.
A agência de segurança foi fundada em 1908, sob a chancela de Charles Bonaparte, mas, com apenas 34 funcionários, não tinha grande potencial. A sua função principal era controlar a transacção ilegal de terras. Só 16 anos mais tarde, em 1924, quando Edgar Hoover assumiu a liderança da organização, é que as coisas ficaram mais sérias. Hoover era um homem (demasiado) preocupado – paranóico, até – com a segurança do seu país. Para onde quer que olhasse, via inimigos da América. Portanto, tudo fez para garantir a competência dos seus colaboradores e promoveu a profissionalização do FBI. Treinou os seus agentes e apostou na investigação como grande meio para capturar os inimigos. Estava dado o tiro de partida para a mitificação da agência.
O FBI teve muitos sucessos, é certo, mas muitos dos seus falhanços foram abafados perante a opinião pública. Esse facto fez também com que se multiplicassem as teorias conspirativas acerca da verdadeira índole da organização. Por outro lado, muitas investigações foram descobertas e nunca foram explicadas, o que deu então azo a que muitos divagassem sobre as motivações de tais dossiers. Bons exemplos disso são as investigações e operações de espionagem levadas a cabo contra os (aparentemente) inofensivos Albert Einstein, Walt Disney, Charlie Chaplin, John Lennon, Frank Sinatra, Andy Warhol, Marilyn monroe, Martin Luther King, John F. Kennedy, Pablo Picasso, entre muitos outros.
Com operações e enredos dignos de um filme de Hollywood, o FBI criou, ao longo dos tempos, várias subdivisões, tais como contraterrorismo, contra-espionagem, crime cibernético, corrupção pública, crimes de colarinho branco, direitos civis, crime violento e crime organizado. Com tanta investigação com inúmeros perigos, é de louvar que tenham morrido em serviço “apenas” 55 agentes em cem anos.
Hoje em dia, a sede do FBI situa-se em Washingoton e a agência não se pode queixar de falta de recursos: um astronómico orçamento anual de cerca de 4 mil milhões de euros, com mais de 30 mil funcionários. Destes, 13 mil são agentes especiais. Além disso, o edifício de Washington possui uma das preciosidades da nação americana: uma base de dados gigantesca com cerca de 55 milhões de fichas criminais e suas impressões digitais respectivas.
Depois do fiasco do 11 de Setembro, muitas são as fontes que divulgam supostos dados incriminatórios, tais como crimes de guerra de George W. Bush ou práticas de tortura em Guantanamo. Esperemos que não tenhamos de esperar outros cem anos para saber todas as verdades escondidas pelo FBI.

Nelson Nunes

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